A EuroDry é um spin off da Euroseas, analisada ontem:
Em 2018 a Euroseas quis tornar-se mais “pura”, ficando apenas com os navios porta contentores e passando os navios “graneleiros” para uma entidade separada, a EuroDry, que entrou no Nasdaq em junho de 2018.
“Graneleiro” é uma tradução algo forçada de “dry bulk“, ou seja, carga seca a granel, como carvão e cereais.
A EuroDry começou com 6 graneleiros e agora tem 10:
Tendo saído da Euroseas, naturalmente a EuroDry também é controlada pela família Pittas, que através de várias entidades detém 50,3% do capital:
O balanço da EuroDry mostrava, a 30 de junho de 2023, $36,7 M em cash e $77,4 M de dívida financeira, o que coloca a dívida líquida nos $40,7 M. Aqui está a evolução em termos históricos:
O mercado do transporte marítimo de carga seca a granel vale cerca de $4,2 B por ano e estima-se que cresça à TMAC (Taxa Média de Crescimento Anual) de 4% até 2030.
A EuroDry teve receitas de $53 M nos últimos 12 meses reportados…
…pelo que está com uma quota de mercado de cerca de 1,3%.
O valor de mercado está nos $40 M…
…pelo que, tendo em conta os $10 M de lucro nos últimos 12 meses reportados…
…o PER está nos 4.
Enquanto que os navios porta contentores são alugados por prazos mais longos, os graneleiros são por prazos mais curtos (pág. 6), pelo que a descida das taxas de frete já está a afetar os resultados da EuroDry, que teve um prejuízo de $1,2 M no 2T23:
Perspetivas
A Euroseas não apresentou argumentos suficientes para continuar na corrida para entrar no TOP10 Tenbagger e a EuroDry parece inferior numa série de aspetos:
- Tem um mercado alvo mais pequeno
- Tem uma margem líquida inferior (18,9% contra 57,8%)
- Tem um PER mais alto (4 contra 1,8 da Euroseas)
Além disso uma das principais cargas transportadas pela EuroDry é carvão, uma mercadoria cuja utilização espero que seja diminuída e eventualmente praticamente extinta nos próximos anos e décadas.
Conclusão
A EuroDry não vai continuar na corrida para ocupar a 5ª vaga do TOP10 Tenbagger.