1. Contexto
Como é hábito vou começar por reler as análises publicadas e os comentários mais recentes no fórum:
– Análises às ações da Maisons du Monde
Em comparação com a primeira análise a estrutura acionista evoluiu da seguinte forma: a Teleios que detinha 2,39 milhões de ações (5,29%) agora possui 9,13 milhões de ações (20,19%), a Majorelle não estava presente na altura, mas agora já controla 4,53 milhões de ações (10%) e a Sycomore continua com 2,2 milhões de ações (cerca de 5% do capital):
2. Resultados
Os analistas apontavam para os 1.180 M€ de vendas e para um lucro de 36 M€.
As vendas foram de 1.182 M€ e o prejuízo foi de 16,1 M€.
3. Pontos Positivos
As vendas online aumentaram 29% e representaram 33% do total de vendas:
Conteúdo Exclusivo Subscritores
Tenha acesso imediato a uma biblioteca de mais de 2.400 análises a ações e aos TOPs de ações selecionadas
A margem bruta aumentou 0,5 pontos percentuais e situou-se nos 65,8%:
A dívida líquida diminuiu ao longo de 2020. Sem contar com os leasings esta é de 96 M€ contra os 143 M€ em 2019:
A gestão pretende abater o State guaranteed term loan no valor de 150 M€ no início de junho de 2021…
… e pretende distribuir um dividendo de 0,3 € por ação.
4. Pontos Negativos
A gestão reconheceu 51 M€ de imparidades referentes à Modani e está a considerar strategic options o que me dá a entender que é possível a venda do segmento:
O número total de lojas diminuiu – inclusive na França. Porém, a área comercial aumentou ligeiramente:
As lojas estiveram fechadas num total de 3 meses ao longo de 2020:
Aqueles 297 M€ mencionados pela CEO são influenciados pelos 150 M€ da ajuda estatal.
Apesar dos inventários terem diminuído 40 M€, os receivables aumentaram 57 M€ e os payables aumentaram 35 M€.
O plano estratégico 2020-2024 está a ser revisto e será apresentado no outono de 2021:
As vendas das lojas diminuíram 14,3% em comparação com 2019:
5. Perspetivas
O outlook apresentado pela gestão é o seguinte:
As estimativas para as vendas apresentadas pelos analistas vão de encontro às da gestão:
O CAGR das vendas entre 2020 e 2023 é de 7,9% enquanto o CAGR do resultado líquido é de 12,2% entre 2021 e 2023 (atenção para o crescimento entre 2021 e 2022 porque entre 2022 e 2023 os analistas não apontam para crescimento).
6. Conclusão
Considero que o PER21, nos 15, é adequado. Sem perspetivas de crescimento ao longo dos próximos anos e com a possibilidade de sair do mercado americano não considero que a Maisons du Monde seja um investimento atrativo neste ponto.
7. Comentário do César
Não estava à espera que a Maisons du Monde fosse recuar no seu plano de expansão nos Estados Unidos.
Realmente muitas empresas europeias, quando vão para lá competir, levam porrada e voltam para casa, lambendo as feridas, que é como quem diz, registando as imparidades.
A Catarina gosta de encomendar coisas da Maisons du Monde, a última foi um fire pit para o exterior que ao primeiro dia de chuva ficou com ferrugem… enviou fotos a reclamar para o apoio ao cliente e, até ao momento, não recebeu qualquer resposta.
Tal como o Artur, nos 837 M€, eu não acho que a Maisons du Monde esteja cara, mas perdeu aquela perspetiva de crescimento que era dada pela presença e expansão nos Estados Unidos. Agora é uma história de comprar baixo (PER abaixo de 8) e vender alto (PER acima de 16).
Neste momento o PER22 está nos 13,6.